domingo, 17 de maio de 2009

Paradigma: o custo dos vinhos x qualidade

Este mês, eu e meu namorido retornamos à sala de aula por um ótimo motivo. Estamos fazendo um curso de Introdução à Enologia no SENAC. Neste curso, temos aprendido muitas coisas, entre elas de como não ser um enochato... Mas, aprendemos algo bastante interessante que quero compartilhar. Sempre tive a idéia de que vinho bom, de verdade, era vinho caro. O curso nos ensinou que isto não é verdade.

Obviamente um vinho de maior custo será de uma safra diferenciada, muito provavelmente um Reservado, que envelheceu no barril e/ou na garrafa ainda na vinícola ou, ainda, um vinho tradicional como os Bordeaux, os Beaujolais, os do Porto, entre outros. Estes serão, provavelmente, vinhos de qualidade.

Contudo, vinho bom é o vinho que agrada ao cliente. Se o seu pai gosta de vinho doce, não adianta levar para ele um Petrus (um dos vinhos mais caros do mundo) que ele não vai gostar. Talvez até peça para colocar açúcar na taça (pecado mortal!). Não invente, leve um Santa Felicidade tinto suave que ele vai adorar.

No curso, fazemos degustações às cegas e esta semana tivemos uma boa surpresa. Degustamos um vinho chamado Astica, Argentino – Malbec, safra 2007. Muito bom! Fomos à Morini comprar e ele estava a R$ 11,90. Compramos o mesmo Malbec e outro Cabernet Sauvignon, que também agradou bastante.

Notas de degustação

Vinho: Astica
Safra: 2007
Região: Cuyo – Mendonza – Argentina
Produtor: Bodegas Trapiche
Composição: 100% Malbec
Cor: Rubi
Brilho intenso / límpido / transparente
Viscosidade: denso (chorão)
Vinho equilibrado: amargor sutil, seco agradável, acidez e tanicidade marcantes e adequadas
Aromas: amora, morango, frutas vermelhas maduras, com notas de mel na evolução
Apresenta retrogosto razoável.

Destaques deste vinho: a cor de um rubi bonito, com anel em tons entre o alaranjado e o violáceo, agradável na boca por causa do equilíbrio do álcool, tanino e acidez e, o principal, os aromas. O vinho é jovem e tem aromas deliciosos! Lembrando morango, frutas vermelhas e pretas.

O mesmo vinho, com a uva Cabernet Sauvignon, também apresenta as qualidades acima de brilho, equilíbrio e sensação agradável de boca e nariz. O destaque também vai para os aromas de frutas negras, tais como jabuticaba, uva e amora. Na evolução, o vinho mantém os aromas frutados. O Cabernet Sauvignon é mais suave em relação ao Malbec.

O que conta desfavoravelmente para o Cabernet Sauvignon é o retrogosto praticamente nulo. O vinho não deixa memória gustativa, mas em termos de custo/benefício vale muito a pena. O dia dos namorados está chegando, quem quiser aproveitar, fica a dica - tanto para este quanto para o Malbec, que gostamos mais.
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Como teríamos comida japonesa (minha outra paixão) mais tarde, para acompanhar o Cabernet degustamos com pão integral da Morini e queijo prato (de Serrania - sul de MG) que lembra um pouco o queijo Gruyère. Para harmonizar, vale investir em petiscos mais leves, como truta defumada ou outro peixe grelhado ou defumado.
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5 comentários:

João disse...

Brasileiro aprendeu a gostar de Malbec. A Argentina tem excelentes vinhos desta cepa.
Gostei de vê-la falando (escrevendo) desta forma. Só achei curioso o Cabernet Sauvignon ser mais suave que o Malbec. Vou fazer um teste com os dois para comprovar.

Beijos

Blog do Fer disse...

Cada país, cada região, cada terroir tem seu melhor argumento. O Malbec Argentino é o melhor do mundo, as terras de Mendoza são as que apresentam melhores condições com relação a esta variedade.

Mas, a minha dica é que você conheça a Serra Gaúcha, os nossos vinhos são excelentes. Conheça o Vale dos Vinhedos em Bento Gonçalves - www.valedosvinhedos.com.br - e veja porque aqui são produzidos os melhores vinhos brasileiros.

Blog do Fer disse...

Particularmente prefiro o Cabernet Sauvignon, mas não generalize sua opinião apenas com esse exemplo. O Cabernet talvez é o que melhor se harmoniza na mesa do brasileiro. O Malbec é mais incorpado, bom para acompanhar entradas e petiscos (queijos, etc), carnes e molhos mais pesados.

Cristiane disse...

Irei! Se não fosse esta tal gripe suína, o planejamento era ir agora em julho ou agosto. Dos que degustamos do sul, gostei muito dos da Casa Valduga. Degustamos um espumante rosé maravilhoso! Os vinhos tintos e brancos Salton gostei menos, mas os espumantes são muito bons também.
Você conhece os vinhedos da Casa Valduga? da Salton? Ai, que inveja de novo! :D

Cristiane disse...

Sobre o Cabernet, sempre foi o meu preferido, mas ultimamente estou procurando ter novas experiencias, conhecer outras uvas. Semana passada tomamos um tempranillo divino!